21 julho, 2016

Maximizando o Aproveitamento do Lote em Terrenos Complexos com ARCHICAD


Após 2 anos de aquisição do ARCHICAD, entrevistamos o proprietário e fundador, arquiteto Oscar Ferreira e o arquiteto Luiz Gazzi, da Arquitetura Oscar Ferreira sobre um projeto no qual o ARCHICAD foi fundamental para a tomada de decisões.  



Para começarmos essa entrevista me fale um pouco sobre a Arquitetura Oscar Ferreira?

Luiz Gazzi:
A Arquitetura Oscar Ferreira está no mercado desde 1988. Temos uma experiência grande em vários tipos de projetos, como prédios comerciais e residenciais, sedes de empresas, como por exemplo a sede da MRV Engenharia, e ainda hospitais, hotéis e restaurantes.  Acreditamos que a arquitetura deve se atentar à qualidade urbanística, atendendo aos anseios do usuário que vai habitar ou utilizar a edificação e ainda dar um retorno financeiro pro investidor. Então a edificação concebida tem que ser vista como um produto que possibilite ao investidor avaliar o custo total versus a receita possível na venda do empreendimento. Não adianta fazer um edifício que atenda à vaidade do arquiteto mas que no final das contas “quebre” quem está investindo. Então nós temos um modo de ver a arquitetura bastante funcional. Otimizamos o método construtivo, com soluções que fazem grandes efeitos estéticos/plásticos sem complicar a construção. Isso possibilita um excelente retorno para quem executa a obra. Essa é nossa visão de arquitetura.

Oscar Ferreira:
Na verdade eu comecei a projetar em 1968, no meu segundo ano de faculdade. Em 1971 me formei em arquitetura e desde então trabalho com projetos. 

Qual a principal razão da escolha do ARCHICAD neste projeto?

Luiz Gazzi:
Fizemos pequenos projetos no ARCHICAD a fim de entender melhor como a ferramenta funcionava e aprimoramos o TEMPLATE. Nós tivemos sucesso em 100% das aprovações de nossos projetos desenvolvidos nessa plataforma junto às prefeituras. Isso nos motivou a usar o sistema para resolver projetos mais complexos.

Oscar Ferreira:
Inclusive o primeiro teste do ARCHICAD já está construído. São casas geminadas que estão no mercado.

O projeto escolhido para trabalhar no ARCHICAD foi “extremamente complicado”.  É interessante contar a história do lote para entender melhor a concepção do projeto.  A quadra aonde o projeto está inserido foi executada com dimensões menores do que o projeto do loteamento previa. Ao ver a construção de um edifício no penúltimo lote vago do quarteirão, a proprietária do lote vizinho viu o seu terreno ser drasticamente reduzido e entrou em contato com a construtora acreditando ter sido “invadida”. Para evitar conflitos, o construtor decidiu comprar o lote e lançou para o nosso escritório o desafio: projetar um edifício residencial no lote.


A base do projeto em questão é um “resto de lote”, pequeno, triangular, estreito e tão irregular que a prefeitura alegou inicialmente, mas equivocadamente, que ele pertencia a uma área de proteção ambiental por excesso de declividade.  Apesar de todas as dificuldades conseguimos consumir o potencial construtivo do terreno, com uma boa qualidade.

Neste sentido o ARCHICAD foi muito importante, pois como o prédio é extremamente “apertado”, foi necessário procurar várias soluções pouco usuais para atender às demandas do produto. Para conseguirmos, por exemplo, 1 vaga de garagem “extra” no piso do subsolo, a escada de uso comum do prédio foi deslocada. Ela foi desviada da prumada da descida para que assim coubesse uma vaga de garagem aonde ela desceria. Quando você move a escada de lugar, você tem questões como o pé direito reduzido, e o estrangulamento de altura. Para entender isso, foram essenciais os cortes volumétricos em 3D do ARCHICAD para uma visualização de como essa escada funcionava e, com isso, ter um controle muito bom de que a solução está dando certo e que ela é viável na construção. 






Também na escada privativa do apartamento duplex tivemos que fazer 2 soluções diferentes. São 2 apartamentos por andar em um terreno triangular. Num deles a escada entrou por cima da escada de uso comum, o que é bastante complexo, visto que trata-se de uma escada girando dentro da outra. No outro apartamento, a escada sobe por cima do banheiro e aproveitamos o espaço de pé-direito reduzido no trecho do banheiro para colocar a caixa acoplada do vaso sanitário. Mais uma vez seria muito mais complicado fazer isso em 2D e explicar ao construtor as soluções do edifício.  Foi uma solução tão complexa que não poderia ter sido dada depois. Você tem que dar a solução de como vai ser feita a forma, porque senão depois você não consegue construir o elemento.

O interessante, neste caso, é que o calculista do projeto estrutural também trabalha em BIM, não na plataforma do ARCHICAD, mas foi possível a troca de informações através do arquivo em IFC. O calculista informou que o envio do nosso projeto em IFC foi extremamente útil para o projeto dele e que ele havia entendido muito bem o funcionamento das escadas, os giros e a transição de pilares que aconteceram na garagem.