12 setembro, 2014

Entrevistamos Bernardo Horta, vencedor do 24° Prêmio Opera Prima promovido pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil e pela revista PROJETODesign

O Opera Prima é a principal premiação do país para formandos de arquitetura. Bernardo Horta, formado pela Universidade Fumec, de Belo Horizonte, foi um dos 5 vencedores do prêmio que destaca os melhores trabalhos de graduação de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, com o projeto Centro Ambiental da Pedreira. Nesta edição foram indicados 357 projetos de graduação concluídos em 2011 e 2012.

Confira abaixo a entrevista exclusiva que fizemos com ele.



Como se deu a escolha do tema para o seu trabalho?
A escolha se deu com a vontade de intervir em uma área existente e subutilizada em Belo Horizonte e região. Como o estado de Minas Gerais é reconhecido pela grande quantidade de mineradoras e pedreiras resolvi explorar esse tema para meu projeto final de graduação.
É indispensável à existência da mineração, e como consequência disso, é considerada uma necessidade devido à demanda de seu uso. Baseado nisso existe uma enorme preocupação relacionada a recuperação de áreas degradadas em sua exploração. De modo geral, a mineração causa impacto significativo ao meio ambiente, à comunidade que está inserida ao seu redor e dentro de sua própria organização.
A proposta trata-se, no geral, de encorajar uma mudança da região na direção da indústria de serviços, ciência, tecnologia, energia, educação e cultura para atrair atividades e investimento. Estabelecer as diretrizes para o processo de reconversão de todo o complexo minerador, de modo a orientar os procedimentos de outras mineradoras.

Como foi o seu processo de pesquisa?

O processo de pesquisa teve início com a análise do tema abordado e a caracterização do problema e descrição do objetivo. Feito isso, o próximo passo foi conhecer o histórico do método de desativação das pedreiras e levantar a demanda do tipo de atividade ou de ocupação proposto por mim.
Já no momento de pesquisa para desenvolvimento do projeto arquitetônico foi levantado às condições de perímetro e topografia do terreno, assim como levantamento das características geológicas e ambientas do sítio. Reconhecimento do entorno imediato (vizinhança circundante, arruamento e acessos) e estruturação do programa.


Quais foram os maiores desafios arquitetônicos que você encontrou / solucionou?

Um dos maiores desafios foi conceber o projeto obedecendo sempre às premissas adotas inicialmente.

No processo de desenvolvimento as premissas tomadas servem como um ponto de partida, dando relevância ao projeto e articulando as condicionantes de forma significativa. Sendo assim, as estratégias arquitetônicas tomadas durante todo o processo de concepção e desenvolvimento não poderiam se contrapor ou contradizer essas premissas.
Um bom exemplo disso é a escolha de não tornar a edificação um limitador do olhar do observador, criando assim um possível confronto entre a pedreira e o objeto edificado. Inúmeras vezes durante o processo de desenvolvimento foi tomada atitudes que iam contra essa escolha inicial e invalidava a premissa.

Você modelou o seu projeto com o ArchiCAD?
Sim. Todo projeto (terreno e edificação) foi modelado no ArchiCAD. A modelagem vai justamente contra o “plantismo” que é tão prejudicial para nós arquitetos. Modelar nos põe um passo à frente de entender e estudar melhor o projeto em sua tridimensionalidade.
Todo material criado para o concurso (plantas, cortes, mapas, diagramas, detalhes e formatos) foi feito exclusivamente no ArchiCAD. Essa opção de trabalho reduziu o tempo de produção de material.

Há quanto tempo você é um usuário ArchiCAD?
Meu primeiro contato com o ArchiCAD foi no escritório de arquitetura Farkasvölgyi (http://www.fkvg.com.br/pt/). Fui estagiário lá em 2008. Antes de entrar nesse estágio eu utilizava outro software BIM para meus projetos acadêmicos, porém durante o processo de uso constatei que me identificava mais com o ArchiCAD e acabei por abandonar o outro programa.


Qual programa você usou para fazer as imagens finais?

A maioria das imagens foi feita no Lumion e receberam pós-tratamento no Photoshop. Já a imagem panorâmica (que mostra todo o complexo da pedreira e a relação com a cidade ao fundo) foi feita utilizando o Artlantis.


O que mudou depois do prêmio?
Creio que o prêmio veio para coroar todo o esforço e dedicação durante o período acadêmico. O prêmio Ópera Prima me trouxe visibilidade e hoje acabo sendo reconhecido por profissionais e estudantes do ramo, o que me deixa lisonjeado e me dá mais inspiração e vontade de trabalhar.

Hoje você é um arquiteto formado. Está trabalhando?
Hoje trabalho no escritório Ábsis Arquitetos.
Também desenvolvo projetos próprios e participo de concursos de projeto com amigos e parceiros. Para saber mais sobre o trabalho que desenvolvo e conhecer outros projetos basta acessar o site: (http://cargocollective.com/bernardohorta) e para entrar em contato envie um e-mail para hortabernardo@gmail.com