O Opera Prima é a
principal premiação do país para formandos de arquitetura. Bernardo Horta,
formado pela Universidade Fumec, de Belo Horizonte, foi um dos 5 vencedores do prêmio que destaca os melhores
trabalhos de graduação de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, com o
projeto Centro Ambiental
da Pedreira. Nesta edição foram indicados 357 projetos de graduação
concluídos em 2011 e 2012.
Confira abaixo a
entrevista exclusiva que fizemos com ele.
Como se deu a escolha do tema para o seu
trabalho?
A escolha se deu com a
vontade de intervir em uma área existente e subutilizada em Belo Horizonte e
região. Como o estado de Minas Gerais é reconhecido pela grande quantidade de
mineradoras e pedreiras resolvi explorar esse tema para meu projeto final de
graduação.
É indispensável à
existência da mineração, e como consequência disso, é considerada uma
necessidade devido à demanda de seu uso. Baseado nisso existe uma enorme
preocupação relacionada a recuperação de áreas degradadas em sua exploração. De
modo geral, a mineração causa impacto significativo ao meio ambiente, à
comunidade que está inserida ao seu redor e dentro de sua própria organização.
A proposta trata-se, no
geral, de encorajar uma mudança da região na direção da indústria de serviços,
ciência, tecnologia, energia, educação e cultura para atrair atividades e
investimento. Estabelecer as diretrizes para o processo de reconversão de todo
o complexo minerador, de modo a orientar os procedimentos de outras mineradoras.
Como foi o seu processo de pesquisa?
O processo de pesquisa
teve início com a análise do tema abordado e a caracterização do problema e
descrição do objetivo. Feito isso, o próximo passo foi conhecer o histórico do
método de desativação das pedreiras e levantar a demanda do tipo de atividade
ou de ocupação proposto por mim.
Já no momento de
pesquisa para desenvolvimento do projeto arquitetônico foi levantado às
condições de perímetro e topografia do terreno, assim como levantamento das
características geológicas e ambientas do sítio. Reconhecimento do entorno
imediato (vizinhança circundante, arruamento e acessos) e estruturação do
programa.
Quais foram os maiores desafios arquitetônicos
que você encontrou / solucionou?
No processo de
desenvolvimento as premissas tomadas servem como um ponto de partida, dando
relevância ao projeto e articulando as condicionantes de forma significativa.
Sendo assim, as estratégias arquitetônicas tomadas durante todo o processo de
concepção e desenvolvimento não poderiam se contrapor ou contradizer essas
premissas.
Um bom exemplo disso é a
escolha de não tornar a edificação um limitador do olhar do observador, criando
assim um possível confronto entre a pedreira e o objeto edificado. Inúmeras
vezes durante o processo de desenvolvimento foi tomada atitudes que iam contra
essa escolha inicial e invalidava a premissa.
Você modelou o seu projeto com o ArchiCAD?
Sim. Todo projeto (terreno
e edificação) foi modelado no ArchiCAD. A modelagem vai justamente contra o
“plantismo” que é tão prejudicial para nós arquitetos. Modelar nos põe um passo
à frente de entender e estudar melhor o projeto em sua tridimensionalidade.
Todo material criado para
o concurso (plantas, cortes, mapas, diagramas, detalhes e formatos) foi feito
exclusivamente no ArchiCAD. Essa opção de trabalho reduziu o tempo de produção
de material.
Há quanto tempo você é um usuário ArchiCAD?
Meu primeiro contato com o
ArchiCAD foi no escritório de arquitetura Farkasvölgyi (http://www.fkvg.com.br/pt/). Fui
estagiário lá em 2008. Antes de entrar nesse estágio eu utilizava outro
software BIM para meus projetos acadêmicos, porém durante o processo de uso
constatei que me identificava mais com o ArchiCAD e acabei por abandonar o
outro programa.
Qual programa você usou para fazer as imagens
finais?
A maioria das imagens foi
feita no Lumion e receberam pós-tratamento no Photoshop. Já a imagem panorâmica
(que mostra todo o complexo da pedreira e a relação com a cidade ao fundo) foi
feita utilizando o Artlantis.
O que mudou depois do prêmio?
Creio que o prêmio veio
para coroar todo o esforço e dedicação durante o período acadêmico. O prêmio
Ópera Prima me trouxe visibilidade e hoje acabo sendo reconhecido por
profissionais e estudantes do ramo, o que me deixa lisonjeado e me dá mais
inspiração e vontade de trabalhar.
Hoje você é um arquiteto formado. Está
trabalhando?
Hoje trabalho no
escritório Ábsis Arquitetos.
Também desenvolvo projetos
próprios e participo de concursos de projeto com amigos e parceiros. Para saber
mais sobre o trabalho que desenvolvo e conhecer outros projetos basta acessar o
site: (http://cargocollective.com/bernardohorta)
e para entrar em contato envie um e-mail para hortabernardo@gmail.com